O desaparecimento de si mesmo

Um dia desses Malaca chegou em casa e aquela não era mais a sua casa, era a casa de outro. A estrutura era a mesma, a chave tinha aberto a porta, mas por dentro ele não reconhecia nada. Da televisão gigante ao carro do ano na garagem, tudo era novidade. Percorreu rapidamente todos os ambientes, procurando algo familiar, em vão. Gritou por Suzaninha, sua companheira de aventuras, nenhuma resposta. Ao chegar no banheiro, Malaca assustou-se, olhou para o espelho e aquele não era seu reflexo, era de um homem mais velho, bem vestido, com olheiras profundas e barba grisalha bem aparada. Fitou a figura nos olhos, lá no fundo reconheceu-o.

Malaca não existia mais. No espelho estava refletido Malaquias, um senhor bem sucedido profissionalmente e fodido para todo o sempre.

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