A impaciência de Texas Lino

Quando Texas Lino entrou no saloon, todos tremeram. Quando sentou na mesa mais afastada, sua por decreto, e levantou a mão direita, o garçom tremeu. Texas era uma lenda, o mais temido pelos homens, o mais amado pelas mulheres.

Após sorver lentamente sua dose de uísque, aproveitando cada gota daquele precioso líquido amargo, sem pronunciar sequer uma palavra desde sua chegada, Texas Lino levantou-se, ergueu seu copo acima da cabeça e o fez em mil pedaços. O barulho que tornava uma simples conversa um desafio, cessou imediatamente, as dançarinas que saracoteavam em cima do palco, congelaram no meio de sua performance, os mais valentes levaram suas mãos as armas mas não ousaram sacá-las, os mais medrosos simplesmente urinaram pela perna.

Ao quebrar o copo, Texas Lino falou pausadamente, com sua voz grave “Eu o desafio homem”, e apontou para um pobre coitado que assistia a tudo apavorado. O homem, que a essa altura também estava com suas calças molhadas de mijo, perguntou “Texas, qual o motivo do desafio? Jamais fiz algo contra você, homem. Não sou louco para isso.” Texas em resposta meneou sua cabeça indicando para os pés do homem e disse “Chinelos, não suporto ver um homem de chinelos frequentando um local público”.

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