Onde escrever?

A vontade de escrever voltou. Já fazia um tempo que eu ensaiava colocar novamente as palavras em ordem, até elas expressarem o que estou sentindo em relação ao mundo. Pois bem, meu corpo pulsa novamente pela escrita.

Mas onde escrever?

Tentei começar pelo simples, minha mesa no escritório. Nenhuma ideia apareceu. É incrível como qualquer rede social fica mais sedutora. A caixa de entrada de e-mail, então, exige leitura e manutenção sempre que coloco os olhos. Até fazer as contas da casa é mais importante.

Fui para a cama e algumas palavras saíram. Quem diria, a cama e meu celular resolveriam o problema. Ledo engano. O sono e o cansaço do dia se apresentaram como grandes vilões dessa tentativa.

Então resolvi escutar os antigos. Vários foram os mestres que datilografaram crônicas, poemas e romances em cafés perdidos pelo mundo, em meio aos burburinhos e ao tilintar de louças. Borges, Hemingway, Sartre e Simone de Beauvoir não me deixam mentir.

Por que não tentar?

Assim nasceu esse primeiro ajuntamento de palavras de uma nova fase, regado ao sabor amargo de um espresso duplo, imerso no perfume único e na luz baixa do ambiente.

Encontrei meu lugar para escrever.






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